07/11/2014
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À mesa com o Mesa
A fila nunca fica alinhada, pois a ansiedade é grande para almoçar. A fome é apenas um dos motivos. A competição por quem vai limpar o prato deixa todos elétricos. E a comida não cai do prato na hora de se servir. Mas talvez seja a idade, todos tivemos nossos 3, 4 ou 5 anos e a felicidade de comer e dividir esse momento com os amigos é o ápice do dia. Terminou? Comeu tudo? A louça suja vai pra mesa do canto e a imaginação vai brincar lá fora.
Com a mesa arrumada e cheia de comida, as conversas começam a chegar para o lanche da tarde. São as meninas, moças, senhoras, anjos, rindo e se divertindo. Hoje tem bolo de cenoura e a fruta é mexerica. “Adoro a poncã, é mais azedinha. Lá em casa tem um pé e com a minha neta passamos horas comendo!”. E tem gente ainda pensando em pernil, até esquecendo que um dos seus pratos preferidos, o bolo com cobertura de chocolate, está na sua mão, mordido e esfarelando. A conversa se estende: o que você gosta de comer? “Eu como de tudo!”. E lá se vai a bandeja de bolo…
Apesar de o prato ser simples, o sabor, o aroma e o carinho são inebriantes. Todo mundo come rapidinho, querendo mais. A sopa de legumes para o jantar está quente, acabaram de fazer, e à medida que o pessoal chega a panela vai se esvaziando. Quem fica feliz é a cozinheira, vendo seu trabalho ser tão bem apreciado pelos garotos e garotas do asilo. Quando percebe só sobraram os pratos vazios e os estômagos cheios. De felicidade.
“Tchau, rapazes”, despede-se uma senhora. “Olha só, ‘rapazes’, que chique!”. “Eu não sei se são velhos, novos, chamo de rapazes”. “Ah eles são novos sim, têm uns 15 anos!”
Fotos: Thiago Molina
Instituições visitadas para a realização desta reportagem: Creche Patronato, Casa Recomeço e Asilo Santo Antônio (São José dos Campos/SP)