02/07/2015

Mesa Brasil

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Captação de Recursos para organizações sociais

“Como você se define como terceiro setor?” – foi o questionamento da socióloga e doutora em Serviço Social, Políticas Sociais e Movimentos Sociais, Márcia Moussallem, ao iniciar a palestra sobre Captação de recursos para instituições sociais, no último dia 17, no Sesc Itaquera. No auditório, estavam reunidos cerca de 80 gestores e coordenadores de organizações cadastradas no programa Mesa Brasil atendidas pela unidade.

“Nem parte do governo, nem empresa lucrativa” – com as contribuições dos participantes, Márcia foi construindo uma definição coletiva. Como referência, trouxe a classificação da Metodologia da ONU para as Organizações não lucrativas:

“É constituído por Organizações que partem de iniciativas privadas mas, que tem uma finalidade pública, e que por lei ou costume não distribuem qualquer excedente que possa ser gerado, para seus donos ou controladores, são institucionalmente separadas do governo, auto-geridas e não-compulsórias”.

A partir da definição, os participantes pensaram também sobre o papel de suas organizações na sociedade. Para Márcia, o terceiro setor deve se posicionar como um ator estratégico no desenvolvimento social e econômico, na defesa dos direitos humanos e na articulação de políticas públicas, realizando uma gestão compartilhada com o Estado e as empresas do mercado.

Captacao4 (1)

Captação

A palestrante aponta para o rompimento com o velho paradigma da captação de recursos: improvisada, impulsiva, com resultados rápidos e instantâneos. Um exemplo são as pessoas que abordam passantes na rua, pedindo “ajuda” para a organização.

No novo paradigma, a captação é um processo que envolve toda a gestão, com uma visão da instituição como um todo.  É um processo lógico, envolve planejamento, execução, controle e avaliação. Por isso, exige postura profissional e capacitação contínua.

Entre os pontos estratégicos abordados estão:

– Levantamento de possíveis fontes de financiamento: quais são, onde estão, como chegar a elas? – depois, formar uma base de dados com os contatos, que deve ser partilhada com a equipe de gestão da organização;

– Diversificação das fontes de recursos: governo, empresas privadas, redes de associações e movimentos sociais e geração de renda própria, com eventos e venda de produtos, por exemplo.

– Preparar um plano de comunicação para atingir os diversos públicos, em diferentes situações: divulgação da organização, cartas de agradecimento, relacionamento com doadores, etc.

– profissionalização e capacitação do captador de recursos: preferencialmente alguém dentro da instituição, que tenha o perfil adequado para a função – que seja paciente e saiba lidar com pessoas.

 

Em resumo, Márcia define a captação de recursos como:

 “A pessoa certa

solicitando ao potencial doador correto

a quantia exata

para o projeto/programa adequado

no momento chave

da forma correta”

 Captacao2

Para Denise Meira, coordenadora do Mesa em Itaquera, o objetivo de atividades como essa é oferecer instrumentos às organizações atendidas, para que se tornem autossustentáveis. “Queremos que as instituições recebam além do alimento. Acreditamos que a ação educativa é que vai realmente transformar a realidade de cada uma. Quem sabe um dia elas não vão mais precisar do Mesa?” 

 

Algumas fontes indicadas para mais informações sobre o assunto:

– Observatório do Terceiro Setor

Associação Brasileira de Captadores de Recursos

 

Captacao3


 “Foi uma oportunidade para sairmos do lugar do dia a dia, para pensar estrategicamente. É só ver como a sala está cheia para perceber como este assunto traz o interesse e como é importante olhar com carinho para o papel do gestor dentro das associações.”
– Adriana Aparecida Romão, coordenadora administrativa do Centro Social Nossa Sra. do Bom Parto.